VAMOS COM ELAS PARA NÃO SE SENTIREM ISOLADAS E REJEITADAS
POR: JORGE MATAVEL
A fórmula é simples, quase como o vento que passa em silêncio, sem deixar rastos. Em nome da felicidade, após o generoso patrocínio de capulanas, iguarias e bebidas, o homem que valoriza a paz do lar e o calor da sua família deve deixar o orgulho em pausa e caminhar ao lado da esposa em direcção à festa. Dispensa o convite. Não precisa de saber o local. Só precisa de seguir firme e fielmente as indicações da esposa.
Homem, cavalheiro, reconhecido pelo seu imensurável gesto de humanismo, permita-se a alegria de celebrar o dia da Mulher Moçambicana ao lado da sua amada. Não a deixe um melímetro de distância. As mulheres, no geral, em toda sua força e delicadeza amam sentir-se protegidas e amadas e querem estar na festa com os seus companheiros. Falta-lhes a coragem de endereçar o convite.
Que hoje, os homens assumam o papel de cozinheiros e serventes, lá na dita festa das mulheres, enquanto elas repousam a beleza, distante de escadotes e danças acrobáticas nas varandas de Chamanculo, Paquitequete, Macurungo, Namicopo e outros locais onde deixam-se encharcar de quantidades industriais de bebidas.
“O portão fecha as 18h. Afinal não voltas? Que festa é essa sem barulho”, intransigência e dores de cabeça que devem ser susbstituídas com a sua presença no epicentro das brincadeiras. Use binóculos e veja tudo a cores.
O tempo de fazer distâncias quilométricas no seu terreno de 15/30 de cara amarrada, lá se foi. É deselegante ficar em casa na posição de centinela e entrar numa erosão de impaciência e desconfiança. O homem moderno vai estar lá, junto dela, como quem escolhe viver feliz ao lado da esposa.
Ahmm, as crianças. Elas que se juntem a este momento especial não só para ver como as mães brincam, mas para de perto renovarem os votos de feliz dia da mulher. Os bebés de colo, ao chorarem, que encontrem de imediato o abraço e o calor da mãe extremamente lúcida numa festa onde o que mais se bebe é água.
O calor já começa a torrar os frangos, particularmente em Maputo, e ninguém pode prever quando, de repente, uma chuva torrencial cairá. Cuidemos delas lá.
Estar lá é mais seguro que estar sozinho, até porque algumas capulanas são de qualidade duvidosa e com isso, elas vão se soltar da cintura. Importante estar por perto para ajuda-la a amarrar de forma firme e segura.
Relatos de violação sexual e sequestros de mulheres multiplicam-se neste país. Regressar ao convívio da família de forma segura pode exigir a presença do amado de perto.
Vamos com elas para não reclamar da hora de regresso à casa. São tão especiais que devem ter os companheiros de lado a todo momento.
Mulheres de coragem imensa, mulheres que tornam este mundo mais bonito, mulheres virtuosas que sabem que nunca se deve derramar óleo sobre os maridos, muitas felicidades.
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